Volta teu rosto sempre na direção do sol e então as sombras
ficarão para trás.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Fluxo de consciência


Em Literatura, fluxo de consciência é uma técnica literária, usada primeiramente por Édouard Dujardin, em que se transcreve o processo de pensamento integral de um personagem, com o raciocínio lógico entremeado com impressões pessoais momentâneas e exibindo os processos de associação de idéias. A característica não-linear do processo de pensamento leva frequentemente a rupturas na sintaxe e na pontuação. O termo foi cunhado pelo filósofo e psicólogo William James, em 1892 para uso em Psicologia. 
Com o uso desta técnica, mostra-se o ponto de vista de um personagem através do exame profundo de seus processos mentais, borrando-se as distinções ente consciente e inconsciente, realidade e desejo, as lembranças da personagem e a situação presentemente narrada, etc. A profundidade e a abrangência desse exame é que faz com que o fluxo de consciência difira de um mero monólogo interior, já empregado anteriormente por autores como Fiódor Dostoiévski eLiev Tolstói.
O exame radical do processo de pensamento pode ser feito por outros meios. Por exemplo, em A consciência de Zeno, o personagem registra suas impressões em um diário, conforme ordenado pelo seu psicanalista. Isso não pode ser considerado fluxo de consciência. A técnica também não deve ser confundida com a escrita automática dos surrealistas.
Diversos autores notáveis do século XX, como Virginia Woolf, James Joyce, Samuel Beckett, John dos Passos e William Faulkner utilizaram extensivamente essa técnica. Na literatura brasileira, merecem destaque as obras de Clarice Lispector, de Guimarães Rosa, de Autran Dourado e de Hilda Hilst. Notável em Autran Dourado é que ele, ao contrário dos demais, produz uma narrativa na terceira pessoa.

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