Em Literatura, fluxo de consciência é uma
técnica literária, usada primeiramente por Édouard Dujardin, em que se
transcreve o processo de pensamento integral de um personagem, com o raciocínio
lógico entremeado com impressões pessoais momentâneas e exibindo os processos
de associação de idéias. A característica não-linear do processo de pensamento
leva frequentemente a rupturas na sintaxe e na pontuação. O
termo foi cunhado pelo filósofo e psicólogo William
James, em 1892 para
uso em Psicologia.
Com o uso desta técnica, mostra-se o ponto de vista de um
personagem através do exame profundo de seus processos mentais, borrando-se as
distinções ente consciente e inconsciente,
realidade e desejo, as lembranças da personagem e a situação presentemente
narrada, etc. A profundidade e a abrangência desse exame é que faz com que o
fluxo de consciência difira de um mero monólogo
interior, já empregado anteriormente por autores como Fiódor Dostoiévski eLiev
Tolstói.
O exame radical do processo de pensamento pode ser feito por
outros meios. Por exemplo, em A consciência de Zeno, o personagem registra
suas impressões em um diário, conforme ordenado pelo seu psicanalista. Isso não
pode ser considerado fluxo de consciência. A técnica também não deve ser
confundida com a escrita automática dos surrealistas.
Diversos autores notáveis do século XX, como Virginia
Woolf, James Joyce, Samuel
Beckett, John dos Passos e William
Faulkner utilizaram extensivamente essa técnica. Na literatura
brasileira, merecem destaque as obras de Clarice
Lispector, de Guimarães
Rosa, de Autran Dourado e de Hilda Hilst.
Notável em Autran Dourado é que ele, ao contrário dos demais, produz uma
narrativa na terceira pessoa.
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