Volta teu rosto sempre na direção do sol e então as sombras
ficarão para trás.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Literacia/Sarau

O sino te leva a entrar. As paredes abarrotadas de livros, de estantes, de títulos, letras a perder de vista. Quadros familiares, quadros desconhecidos.
Cheiro de amendoim recém torrado faz o clima parecer mais familiar do que o lugar propriamente dito, por se tratar de uma casa. A casa de leitores.
Cada chegada uma surpresa, com a demora, se faz a ansiedade. Ansiedade leva à expectativas, estas amplamente superadas pelo decorrer da noite.
Aquele que anseia por conhecimento, sede pelo novo, mantém braços abertos ao desconhecido, esteve com certeza no lugar certo.
O espaço já acolhe a boa leitura, mas os convidados é que fazem a festa, é que declamam com fervor, ou até mesmo com certa timidez.
Os ouvidos atentos ao discurso da alma, a voz do coração, a poesia que fala, a quem -palavras- rima.
Viver um Sarau é viver a poesia bruta, senti-la na pele, absorvê-la, molda-la, modifica-la, compartilha-la com o mundo.

Amanda Muzzio.