Volta teu rosto sempre na direção do sol e então as sombras
ficarão para trás.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013


Engraçado como somos rodeados por números. Como diria em O Pequeno Príncipe “Pessoas grandes gostam de números”.
Engraçado como um digito pode trazer a promessa de tantos sonhos e realizações, como se fosse mais uma chance para fazer tudo o que você ainda não fez, ou não conseguiu fazer.
Pessoas pedem perdão, festejam, dão risada, se juntam com as famílias. Outras nem sempre, nem podem ou querem. A questão é que passamos um ano inteiro vivendo de uma forma e quando esse ano acaba, prometemos várias coisas, mudanças, novos objetivos e no dia seguinte na maioria das vezes isso se perde. É como se no ano, por uma vez, um dia fosse mágico. Onde podemos acreditar em tudo e podemos planejar o que quisermos e fazer o que desejamos. Penso que se é assim, Um dia para se estar feliz e se sentir poderoso é muito pouco em 365 dias. Por que não podemos apenas inverter?
Eu desejo um Feliz Ano Novo, em que você possa sentir como se todos os dias fossem o último do ano.
Amanda Muzzio

domingo, 16 de dezembro de 2012

Fluxo de consciência


Em Literatura, fluxo de consciência é uma técnica literária, usada primeiramente por Édouard Dujardin, em que se transcreve o processo de pensamento integral de um personagem, com o raciocínio lógico entremeado com impressões pessoais momentâneas e exibindo os processos de associação de idéias. A característica não-linear do processo de pensamento leva frequentemente a rupturas na sintaxe e na pontuação. O termo foi cunhado pelo filósofo e psicólogo William James, em 1892 para uso em Psicologia. 
Com o uso desta técnica, mostra-se o ponto de vista de um personagem através do exame profundo de seus processos mentais, borrando-se as distinções ente consciente e inconsciente, realidade e desejo, as lembranças da personagem e a situação presentemente narrada, etc. A profundidade e a abrangência desse exame é que faz com que o fluxo de consciência difira de um mero monólogo interior, já empregado anteriormente por autores como Fiódor Dostoiévski eLiev Tolstói.
O exame radical do processo de pensamento pode ser feito por outros meios. Por exemplo, em A consciência de Zeno, o personagem registra suas impressões em um diário, conforme ordenado pelo seu psicanalista. Isso não pode ser considerado fluxo de consciência. A técnica também não deve ser confundida com a escrita automática dos surrealistas.
Diversos autores notáveis do século XX, como Virginia Woolf, James Joyce, Samuel Beckett, John dos Passos e William Faulkner utilizaram extensivamente essa técnica. Na literatura brasileira, merecem destaque as obras de Clarice Lispector, de Guimarães Rosa, de Autran Dourado e de Hilda Hilst. Notável em Autran Dourado é que ele, ao contrário dos demais, produz uma narrativa na terceira pessoa.


"Minha ausência não é ingratidão não, são partes de mim se entendendo comigo mesma"

sábado, 15 de dezembro de 2012

Crescer e lembrar.


Parece que foi ontem que a minha maior ansiedade era se eu ia ganhar aquele presente desejado de natal, ou aniversário; Minha maior indecisão era que brinquedo eu ia levar na escola no Dia do Brinquedo; Que meu maior problema era não conseguir alcançar algumas coisas, ou ficar de “castigo”; Minha maior dor era pisar numa peça de lego, ou cair na rua e talvez ralar o joelho.
Parece que foi ontem que eu me apaixonei pela primeira vez, ou achei que o havia feito. Que minha maior vergonha era passar na frente de alguém que eu gostasse e meus amigos ficarem fazendo piadinhas. Ou que tristeza era não poder ir à casa de alguém que eu queria muito.  
Às vezes essas memórias voltam tão vivas, que parece que tudo isso aconteceu ontem. Que eu dormi com 12 anos e acordei fazendo 18. E fico pensando se quando eu dormir com 18 vou acordar fazendo 25, 40... E se as memórias vão continuar assim, voltando.
Que coisa gostosa é lembrar, ou melhor: ter do que lembrar. Lembranças são nossos maiores tesouros. De vez em quando, quando você lembra, a sensação é diferente de quando você viveu aquilo. Como se na hora você não estivesse percebendo a importância daquele momento, ou de como faria falta tudo aquilo até mesmo no dia seguinte. Porque existem coisas, tão boas de serem vividas que já dão saudades algumas horas depois, no outro dia, no outro mês... E a cada ano faz mais falta.
Mesmo que saibamos, é difícil viver intensamente cada dia. Mas quando o fazemos, a sensação é a melhor coisa do mundo. Anestesia de qualquer dor, dor diferente de pisar num lego. Faz esquecer de qualquer ansiedade, porque você não espera mais ganhar os brinquedos... E tudo bem não alcançar alguma coisa, você já cresceu ou aprendeu a subir sozinho em algum lugar para pegar. Porque viver intensamente não é mais sentir vergonha de gostar de alguém, é contar pra esse alguém e sentir o coração acelerado esperando a resposta.
E o mais legal de viver, é que viver intensamente pode ser do jeito que você quiser. Seja lendo um livro, uma brincadeira com os amigos, ou uma festa.
No fim das contas, crescer e lembrar, acaba sendo mais legal que tudo.